Composição escrita

Sempre quis trabalhar com atividades próprias para composição de escrita, em buscas pela internet cheguei a conhecer o Progymnasmata no final de 2016, porém logo murchei com a falta de material em nosso idioma. Com o tempo e dicas percebi que existiam materiais com a mesma proposta do progym, porém não levavam esse nome tão sofisticado. O material que tive contato era voltado para adultos e com o passar dos capítulos concluí que não estava rendendo o resultado que eu esperava. Então comecei outra busca garimpando outros materiais.

Charles, James (1851-1906)

Conheci então o livro/método (Americano) Intermediate Language Lessons by Serl, Emma, indicado para crianças com pouca idade, que não é nosso caso. Logo esbarrei com o High school English composition by Irwin, H. W; Van Every, J. F - "esse é high school", logo pensei!

Comecei a leitura devagarinho e encontrei o método para narração escrita e composição ( oi - Charlotte Mason) -com crianças pequenas faça narração apenas oral - .

Vou compartilhar aqui um trecho.

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COMPOSIÇÃO ESCRITA,  PROJETO PREPARATÓRIO E  REVISÃO
Quando escrevemos uma composição, devemos, depois de reunir, selecionar e organizar nosso material, fazer um rascunho preparatório, cuidadoso. Este rascunho deve ser submetido à revisão mais pesquisada, fazendo-nos perguntas como as seguintes:
(1) Nos mantivemos durante nossa composição no propósito central?
(2) Cada um dos parágrafos é entregue ao desenvolvimento de um tópico definido?
(3) Nossas frases são bem construídas?
(4) Empregamos a melhor linguagem ao nosso comando?
(5) Temos sido cuidadosos com detalhes como ortografia, uso de letras maiúsculas e pontuação?

NARRAÇÃO ESCRITA -  ESBOÇO
Se somos chamados a narrar com mais profundidade, é geralmente aconselhável fazer um esboço preparatório, ou plano, do que pretendemos dizer/escrever.

Examine a seguinte história:

O cuidado vigilante de meu irmão com as duas irmãs mais novas foi uma vez ocasião para levarmos um sério susto. Meu avô - o sacristão - às vezes confiava nele para tocar o sino em funerais. Naquela época, o sino tocava para todo mundo que morresse. John era social e não gostava de subir ao campanário e ficar uma hora ou mais sozinho; e como meu avô proibiu-o de levar qualquer outro menino até lá, ele um dia conseguiu permissão para nós duas acompanhá-lo. Tivemos que subir muitas escadas e após o último degrau, foi fechada uma porta que ele era encarregado de trancar muito bem a fechadura, de modo que nenhum garoto travesso conseguisse abri-la. 

Era estranho estar em pé no alto, olhando por cima do corrimão do terraço até a rua, onde os homens e os as mulheres pareciam tão pequenos, e para a água e para os navios no leste, e as nuvens e as colinas no oeste! Mas quando ele bateu a corda contra o grande sino, perto dos nossos ouvidos, vimos que não estávamos preparados. A irmãzinha, com apenas três anos de idade, gritou e gritou: "Ficarei atordoada!" Eu não sei onde ela tirou aquela bela palavra, mas isso deixou seu terror muito mais enfático. Ainda as grandes ondas de som solene estavam se formando sobre as colinas e sobre o mar, e tínhamos que ouvir tudo, embora tapássemos nossos ouvidos com nossos dedos. Foi um imenso alívio quando o último toque do sino foi ouvido, e John disse que podíamos descer.

Ele tirou a chave do bolso e encaixou-a na fechadura, quando escorregou caindo por uma larga fenda no chão além do nosso alcance. Então a irmãzinha chorou de novo e não se acalmou; e quando olhei para cima e observei o olhar desanimado de John, comecei a sentir vontade de chorar também. Uma pergunta passou rapidamente pela minha mente - "Quantos dias podemos ficar aqui sem morrer de fome?" Pois realmente pensei que nunca fôssemos sair da nossa prisão nas alturas; nunca mais veríamos o rosto de nossa mãe.

Mas meu irmão teve uma ideia; ele nos levou de volta para o terraço e gritou por cima do corrimão para um menino na rua, fazendo-o entender que ele deveria ir informar ao meu pai que estávamos trancados no campanário. Não demorou muito para que víssemos ele e meu avô a caminho da igreja. Eles vieram até a pequena porta e nos disseram para empurrá-la com nossa força. A fechadura enferrujada logo cedera, e como era bom olhar para esses dois amados rostos humanos mais uma vez!

Lucy Larcom - A New England Girlhood


O ESBOÇO
Será fácil determinar o plano da passagem anterior se anotarmos os tópicos dos parágrafos, juntamente com quaisquer sub-tópicos da seguinte maneira:

I. Como chegamos ao campanário
   1. O badalar do sino
       2. O amor de John pela companhia
          3. A subida da torre

II. O que nos sentimos lá
     1. As vistas
         2. os sons

III Como ficamos trancados
      1. A perda da chave
           2. O efeito em nossos sentimentos

IV. Como fomos liberados
      1. Ideia de John
          2. Chegada do Pai
               3. Nossa alegria

A partir de um exame desse modelo, podemos ler os requisitos de um bom esboço:

1. Os tópicos dos vários parágrafos devem ser colocados em ordem natural. Como em toda  composição a escolha de um tópico definido será dado para cada um dos parágrafos a qualidade da unidade. Quaisquer sub-tópicos necessários ao desenvolvimento de um parágrafo devem ser incluídos sob os títulos principais; mas deve-se tomar cuidado para não escrever sub-tópicos como cabeçalhos principais.

2. Os títulos dos parágrafos devem ser organizados de forma ordenada. Através disso, garantimos a segunda qualidade essencial para a composição - Coerência.

3. O esboço deve cobrir o escopo de nossa composição - nem mais nem menos.

4. Os títulos dos resumos devem ser tão breves quanto possível.

5. Na forma gramatical, os títulos devem ser tão parecidos quanto pudermos fazê-los.

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Próxima semana ou se tiver oportunidade nessa mesma,  usarei essa técnica para elaborar uma narração escrita. 

Abraço!


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